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domingo, 18 de maio de 2014

CAPÍTULO 09 – O FUTURO ESTÁ EM SUAS MÃOS.

Enquanto isso Ani e Louise voltam ao divagar da mente, ou deliberadamente se colocam de lado e deixam que a força do destino fizesse com que elas entendessem de vez que uma é importante para a outra.



 CAPÍTULO 09 – O FUTURO ESTÁ EM SUAS MÃOS.

Enquanto isso Ani e Louise voltam ao divagar da mente, ou deliberadamente se colocam de lado e deixam que a força do destino faça com que elas entendessem de vez que uma é importante para a outra.

Mesmo que ainda estivesse implícito em suas almas, que não se viam mais como madrinha e afilhada; e que a solidão e a tristeza explicitadas em seus olhos eram provenientes do afastamento de suas almas.

Bastou elas se olharem, que a lembrança da mágoa causada pela ausência de uma na vida da outra, antes presa em seus corações viesse à tona, mas, ao mesmo tempo, uma fagulha de esperança renasceu em suas almas.

Em lugares distintos, um brilho diferente era notado em olhos despertos para a vida. Era a força do destino atuando para que o perdão viesse forma natural e finalmente tornariam uma só e passem a viver um amor puro e verdadeiro.

Por hora, elas estavam perdidas entre a sensação de solidão e a esperança trazida do mundo dos sonhos de se sentirem desejadas pelos olhos de um alguém.

O mais incrível ele trouxe à tona os seus desejos mais íntimos, que era encontrar “a dona” daquele olhar, sem que percebessem algo tinha revelado, aliás, quem percebeu foi Pedro e Márcia, que eles eram de uma mulher.

Porém, silenciaram quanto ao fato, precisavam entender o que acabaram de descobrir, conversar. Contudo, as respostas do que aqueles olhos significavam para as duas deveria ser desvendado por Ani e Louise.

A única certeza, ao despertarem é que encontrarão a felicidade, quando estiverem diante da dona daquele olhar. Estavam certas de que alguém a esperavam em algum lugar.

Diante daqueles espelhos, a sensação de terem os seus corpos tocados por aquele alguém e os gestos que se seguiram a levaram ao êxtase, por minutos que não souberam precisar quanto tempo elas se sentiram amadas.

Completamente inebriadas por um perfume que não o reconhece, talvez seja pelo fato de estarem afastadas há muito tempo, por isso uma não conhece o que a outra usa.

Nuas por impulso se olham no espelho, percorrem com a mão seus corpos, sentem um frisson e o clímax, uma caminha para o chuveiro (Louise) e outra a banheira (Ani), ali deixam a imaginação e o desejo comandar seus até chegarem ao êxtase.

O acaso ou coisas do destino, no silêncio do prazer uma sente saudade da outra... a lembrança de uma visita à outra, o mais interessante é que elas estavam felizes.

Em ato contínuo elas passam a se enxugar, ainda extasiadas e veem no espelho o quanto os seus olhos brilhavam, encobrindo por alguns minutos a tristeza que as acompanhava.

Certamente carregam muita mágoa em seus corações, mas ao saírem do banheiro era nítido que as águas que as banharam, além de lavá-las tinha levado consigo o receio de entregarem ao novo.

A fome já se assenhoro do estômago das duas se vestem com uma roupa leve, calçam um chinelo e procuram algo para comer.

Louise vai até a cozinha, encontra a sua mãe finalizando uma bela macarronada.

Diz Louise e dá um beijo na mãe:
_ Hum! Está cheirando, mãe.

Uma mãe sorridente fala:
_ É apenas uma macarronada filha.

Retruca a filha:
_ Ah! Dona Márcia tudo que a senhora faz é delicioso.

Com um sorriso diz:
_ Menos, menina! (RS) Menos!


Por horas a alegria contagiou aquele lar, como há tempo não acontecia a todos que entrava naquela cozinha.

Pedro que pensava encontrar a filha trancafiada em seu quarto e a mulher perdida na tristeza da filha ao adentrar na cozinha primeiro se espanta.
_ Nossa! Que bonito hein! Vocês duas comeriam sozinhas está macarronada.

Márcia retruca:
_ Claro! (sorri) Você e seu filho estão sempre atrasados. – diz isto e pisca o olho para o marido.

Surpreso Pedro se encanta com o sorriso das duas mulheres de sua vida e brinca:
_ Olha o passarinho verde voando por ali! (aponta para a janela e solta uma risada)

A filha aceita brincadeira e dá continuidade:
_ Hahaha! Não era verde pai! (risos e solta uma pérola) Era “MULTICOLORIDO”.

Pedro dá uma risada e diz:
_ Colorido filha?

Louise continua...
_ Sim! E ele está sentado bem na sua careca. (dá outra risada)

Márcia olha a filha com um sorriso ímpar, contém a lágrima de felicidade que teimava sair dos seus olhos e diz:
_ Verdade! Estou ouvindo-o cantar. (Sorri)

Pedro então diz:
_ O danadinho sujo o meu cabelo.

Louise implica:
_ Que cabelo?

Pedro retruca:
_ Menina! Menina!


Assim foi o resto da noite na casa de Louise, o silêncio e o desalento de outrora deu lugar a balbúrdia de uma família feliz, por horas o que se ouvia eram risos, e aleivosias.

Até que a quietude da noite se faça rainha e o desejo de dormir a entregue aos braços de Orfeu, nele a brisa da esperança a leve para o mundo dos sonhos lá a sua alma desperta encontre o olhar que alimenta a sua felicidade.

Não muito distante outros olhos refletiam a felicidade da alma os de Ani ao sair do banho e por algumas horas traduzirão o quanto aqueles momentos de prazer a revigorou.

Momentaneamente a casa de seus pais, que outrora respirava alegria, horas atrás envolta pelas sombras da saudade, ora ganha um tom ímpar.

Ao passar pelo quarto reservado a Louise, senti a vontade de adentrar em seu pequeno mundo para saber um pouco mais sobre ela, melhor dizendo, sobre a menina/mulher tão bela, mas ao mesmo tempo tão atrevida.

Mas a fome se avizinha então ela desiste de entrar no quarto e segue direto para a cozinha, onde é recebida pela empregada:
_ Boa noite, minha filha!

Ani responde com um sorriso no rosto:
_ Linda noite!


A secretária comenta:
_ Alguém viu o hotototgisu (pássaro do Japão) cantando!


Ela responde rindo:
_ Mesmo se ele não estivesse cantando, eu o faria cantar. (sorri)

Retruca a secretária:
_ Nossa! Ele deve estar cantando até agora. (risos)

Ani continua a falar aleivosia:
_ E como!!!

A secretária indaga-a sobre sua estada no estaleiro:
_ Como foi no estaleiro?


Ani respira fundo e busca em seu íntimo a paz, que ora senti, para não se abalar ao contar sobre o que tinha acontecido no estaleiro, principalmente a atitude agressiva de Louise ao encontrá-la.

O interessante é que mesmo dolorido, nada ofuscava o brilho que os seus olhos irradiavam, pelo contrário todas as vezes que mencionava o nome de Louise ganhavam outro tom... Ou, o hotototgisu (pássaro japonês) cantava mais alto.

Embaladas pelo canto imaginário daquele pássaro, ou talvez os risos dados por elas ali ficassem por algumas horas até que o sono chegasse e se recolhessem aos seus aposentos.

Antes de se despedirem, a secretária falou algo que despertou em Ani a vontade de ir ao quarto reservado a Louise naquela casa.
_ Dona Ani! A Louise era como sempre foi depois da senhora o raio de luz, como dizia os seus pais, que iluminava esta casa.

Ani concorda e a questiona:
_ Verdade! Ela os visitava?

Responde, dando um sorriso largo:
_ A pequena Lu, nos últimos anos ela passava mais tempo aqui do que em sua casa.

Surpresa exclama:
_ Hein?!

A secretária continua a falar:
_ Verdade! Olha lá no quarto... - Diz isto e se despede – Dona Ani já é tarde, amanhã levanto cedo.

Ani olha o relógio se assusta com adiantar da hora e concorda:
_ Nossa como é!

A secretária dá um sorriso e se despede:
_ Boa noite!

Levanta e se encaminha para o seu quarto era nítido a felicidade contida em seu rosto, bem diferente do estado emocional que Ani chegou do estaleiro. 

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2 comentários:

  1. Boa noite!
    Só hoje tive tempo de ler e comentar...
    É tão bom quando as duas estão com a alma leve e feliz, pois dá esperança que logo, logo se entendam e se encontrem em todos os sentidos!
    Por favor, não demora para postar... Já estou viciada no romance!
    Beijos!


    Poema XLIV

    Saberás que não te amo e que te amo
    posto que de dois modos é a vida,
    a palavra é uma asa do silêncio,
    o fogo tem uma metade de frio.

    Eu te amo para começar a amar-te,
    para recomeçar o infinito
    e para não deixar de amar-te nunca:
    por isso não te amo ainda.

    Te amo e não te amo como se tivesse
    em minhas mãos as chaves da fortuna
    e um incerto destino desafortunado.

    Meu amor tem duas vidas para amar-te.
    Por isso te amo quando não te amo
    e por isso te amo quando te amo.

    ( Pablo Neruda )
    (Retirado de: Cem Sonetos de Amor – tradução de Carlos Nejar. Rio Grande do Sul: L & PM)

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  2. Gostei...melhor amei..ansiosa pela continuação...PS. Marina Elali é perfeita como trilha..

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