Enquanto
isso Ani e Louise voltam ao divagar da mente, ou deliberadamente se
colocam de lado e deixam que a força do destino fizesse com que elas
entendessem de vez que uma é importante para a outra.
CAPÍTULO 09 – O FUTURO ESTÁ EM SUAS MÃOS.
Enquanto
isso Ani e Louise voltam ao divagar da mente, ou deliberadamente se
colocam de lado e deixam que a força do destino faça com que elas entendessem
de vez que uma é importante para a outra.
Mesmo que ainda estivesse
implícito em suas almas, que não se viam mais como madrinha e afilhada; e que a
solidão e a tristeza explicitadas em seus olhos eram provenientes do
afastamento de suas almas.
Bastou elas se olharem, que a
lembrança da mágoa causada pela ausência de uma na vida da outra, antes presa
em seus corações viesse à tona, mas, ao mesmo tempo, uma fagulha de esperança
renasceu em suas almas.
Em lugares distintos, um brilho
diferente era notado em olhos despertos para a vida. Era a força do destino
atuando para que o perdão viesse forma natural e finalmente tornariam uma só e
passem a viver um amor puro e verdadeiro.
Por hora, elas estavam perdidas
entre a sensação de solidão e a esperança trazida do mundo dos sonhos de se
sentirem desejadas pelos olhos de um alguém.
O mais incrível ele trouxe à
tona os seus desejos mais íntimos, que era encontrar “a dona” daquele olhar,
sem que percebessem algo tinha revelado, aliás, quem percebeu foi Pedro e
Márcia, que eles eram de uma mulher.
Porém, silenciaram quanto ao
fato, precisavam entender o que acabaram de descobrir, conversar. Contudo, as
respostas do que aqueles olhos significavam para as duas deveria ser desvendado
por Ani e Louise.
A única certeza, ao despertarem
é que encontrarão a felicidade, quando estiverem diante da dona daquele olhar.
Estavam certas de que alguém a esperavam em algum lugar.
Diante daqueles espelhos, a
sensação de terem os seus corpos tocados por aquele alguém e os gestos que se
seguiram a levaram ao êxtase, por minutos que não souberam precisar quanto
tempo elas se sentiram amadas.
Completamente
inebriadas por um perfume que não o reconhece, talvez seja pelo fato de estarem
afastadas há muito tempo, por isso uma não conhece o que a outra usa.
Nuas
por impulso se olham no espelho, percorrem com a mão seus corpos, sentem um
frisson e o clímax, uma caminha para o chuveiro (Louise) e outra a banheira
(Ani), ali deixam a imaginação e o desejo comandar seus até chegarem ao êxtase.
O
acaso ou coisas do destino, no silêncio do prazer uma sente saudade da outra...
a lembrança de uma visita à outra, o mais interessante é que elas estavam
felizes.
Em ato
contínuo elas passam a se enxugar, ainda extasiadas e veem no espelho o quanto
os seus olhos brilhavam, encobrindo por alguns minutos a tristeza que as
acompanhava.
Certamente
carregam muita mágoa em seus corações, mas ao saírem do banheiro era nítido que
as águas que as banharam, além de lavá-las tinha levado consigo o receio de
entregarem ao novo.
A fome
já se assenhoro do estômago das duas se vestem com uma roupa leve, calçam um
chinelo e procuram algo para comer.
Louise
vai até a cozinha, encontra a sua mãe finalizando uma bela macarronada.
Diz
Louise e dá um beijo na mãe:
_ Hum!
Está cheirando, mãe.
Uma
mãe sorridente fala:
_ É apenas
uma macarronada filha.
Retruca
a filha:
_ Ah!
Dona Márcia tudo que a senhora faz é delicioso.
Com um
sorriso diz:
_
Menos, menina! (RS) Menos!
Por
horas a alegria contagiou aquele lar, como há tempo não acontecia a todos que
entrava naquela cozinha.
Pedro
que pensava encontrar a filha trancafiada em seu quarto e a mulher perdida na
tristeza da filha ao adentrar na cozinha primeiro se espanta.
_
Nossa! Que bonito hein! Vocês duas comeriam sozinhas está macarronada.
Márcia
retruca:
_
Claro! (sorri) Você e seu filho estão sempre atrasados. – diz isto e pisca o
olho para o marido.
Surpreso
Pedro se encanta com o sorriso das duas mulheres de sua vida e brinca:
_ Olha
o passarinho verde voando por ali! (aponta para a janela e solta uma risada)
A
filha aceita brincadeira e dá continuidade:
_
Hahaha! Não era verde pai! (risos e solta uma pérola) Era “MULTICOLORIDO”.
Pedro
dá uma risada e diz:
_
Colorido filha?
Louise
continua...
_ Sim!
E ele está sentado bem na sua careca. (dá outra risada)
Márcia
olha a filha com um sorriso ímpar, contém a lágrima de felicidade que teimava
sair dos seus olhos e diz:
_
Verdade! Estou ouvindo-o cantar. (Sorri)
Pedro
então diz:
_ O
danadinho sujo o meu cabelo.
Louise
implica:
_ Que
cabelo?
Pedro
retruca:
_
Menina! Menina!
Assim
foi o resto da noite na casa de Louise, o silêncio e o desalento de outrora deu
lugar a balbúrdia de uma família feliz, por horas o que se ouvia eram risos, e
aleivosias.
Até
que a quietude da noite se faça rainha e o desejo de dormir a entregue aos
braços de Orfeu, nele a brisa da esperança a leve para o mundo dos sonhos lá a
sua alma desperta encontre o olhar que alimenta a sua felicidade.
Não
muito distante outros olhos refletiam a felicidade da alma os de Ani ao sair do
banho e por algumas horas traduzirão o quanto aqueles momentos de prazer a
revigorou.
Momentaneamente
a casa de seus pais, que outrora respirava alegria, horas atrás envolta pelas
sombras da saudade, ora ganha um tom ímpar.
Ao
passar pelo quarto reservado a Louise, senti a vontade de adentrar em seu
pequeno mundo para saber um pouco mais sobre ela, melhor dizendo, sobre a
menina/mulher tão bela, mas ao mesmo tempo tão atrevida.
Mas a
fome se avizinha então ela desiste de entrar no quarto e segue direto para a
cozinha, onde é recebida pela empregada:
_ Boa
noite, minha filha!
Ani
responde com um sorriso no rosto:
_
Linda noite!
A
secretária comenta:
_
Alguém viu o hotototgisu (pássaro do Japão) cantando!
Ela
responde rindo:
_
Mesmo se ele não estivesse cantando, eu o faria cantar. (sorri)
Retruca
a secretária:
_
Nossa! Ele deve estar cantando até agora. (risos)
Ani
continua a falar aleivosia:
_ E
como!!!
A secretária
indaga-a sobre sua estada no estaleiro:
_ Como
foi no estaleiro?
Ani
respira fundo e busca em seu íntimo a paz, que ora senti, para não se abalar ao
contar sobre o que tinha acontecido no estaleiro, principalmente a atitude
agressiva de Louise ao encontrá-la.
O
interessante é que mesmo dolorido, nada ofuscava o brilho que os seus olhos
irradiavam, pelo contrário todas as vezes que mencionava o nome de Louise
ganhavam outro tom... Ou, o hotototgisu (pássaro japonês) cantava mais
alto.
Embaladas pelo canto imaginário
daquele pássaro, ou talvez os risos dados por elas ali ficassem por algumas
horas até que o sono chegasse e se recolhessem aos seus aposentos.
Antes de se despedirem, a
secretária falou algo que despertou em Ani a vontade de ir ao quarto reservado
a Louise naquela casa.
_ Dona Ani! A Louise era como
sempre foi depois da senhora o raio de luz, como dizia os seus pais, que
iluminava esta casa.
Ani concorda e a questiona:
_ Verdade! Ela os visitava?
Responde, dando um sorriso
largo:
_ A
pequena Lu, nos últimos anos ela passava mais tempo aqui do que em sua casa.
Surpresa
exclama:
_
Hein?!
A
secretária continua a falar:
_
Verdade! Olha lá no quarto... - Diz isto e se despede – Dona Ani já é tarde,
amanhã levanto cedo.
Ani
olha o relógio se assusta com adiantar da hora e concorda:
_
Nossa como é!
A
secretária dá um sorriso e se despede:
_ Boa
noite!
Levanta
e se encaminha para o seu quarto era nítido a felicidade contida em seu rosto,
bem diferente do estado emocional que Ani chegou do estaleiro.
COMENTE A SUA OPINIÃO É MUITO IMPORTANTE.
NOTAS FINAIS:
CIENTE QUE:
* Não autorizo a reprodução (publicação) do todo ou de parte do
texto ou do poema acima, em qualquer tipo de mídia quer expressa, falada ou
digital, inclusive por PDF ou download sem o meu consentimento;
* Não autorizo que o texto ou o poema acima sofra qualquer tipo de adaptação,
quer em língua portuguesa quer em estrangeira.
Boa noite!
ResponderExcluirSó hoje tive tempo de ler e comentar...
É tão bom quando as duas estão com a alma leve e feliz, pois dá esperança que logo, logo se entendam e se encontrem em todos os sentidos!
Por favor, não demora para postar... Já estou viciada no romance!
Beijos!
Poema XLIV
Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.
Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.
Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.
Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo.
( Pablo Neruda )
(Retirado de: Cem Sonetos de Amor – tradução de Carlos Nejar. Rio Grande do Sul: L & PM)
Gostei...melhor amei..ansiosa pela continuação...PS. Marina Elali é perfeita como trilha..
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