Ani
e Louise vivenciavam uma certeza em suas vidas, aliás, era isto que
os seus eu, até então solitário, gritavam: A FELICIDADE NÃO TARDA A
CHEGAR.
CAPÍTULO 10 – A
INDEFINIBILIDADE DO AMOR.
Libertas de tudo, os
flashes de rostos molhados, sorrisos, gargalhadas, abraçados e um
olhar!!!
Ani e Louise vivenciavam uma certeza em suas
vidas, aliás, era isto que os seus eu, até então solitários, gritavam: A
FELICIDADE NÃO TARDA A CHEGAR.
Como é visível o fulgor dos seus olhos, pontos
brilhantes (estrelas) no céu noturno do querer, os quais, aliás, cintilam por
causa do efeito de estarem próximos a vivenciarem o verdadeiro amor.
Até minutos atrás, ofuscado pela mágoa causada
pelo afastamento de Ani, quando tomou a decisão de se estabelecer
profissionalmente no Japão, deixando que as agruras da vida as afastassem.
Desde então passaram a sentir os efeitos de viver sob a face oculta do amor.
Decerto
o rubor de seus olhos se diferencia do apagado, quando se encontraram no galpão
e Louise empreendeu fuga. Causador, aliás, do efeito retardado da cintilação de
seus olhos, diferente do relampagueado produzido pelo deslumbramento dos seus
espíritos, quando as suas se reconheceram.
Intensidade (brilho) aumentava à medida que as
lembranças iam sendo respondidas as indagações, as quais se apossaram dos seus
Eu. E que, certamente as levou a mais completa ignorância do verdadeiro
sentimento que uma nutria pela outra há tempos.
Encontro este que aconteceu muito antes do que
no plano físico, porque elas foram criadas uma para outra, por isso elas se
buscam, depois que foram separadas.
Por isso, que vivenciaram ao longo dos últimos
anos um turbilhão de angústia, como se tivessem que provar que se pertenciam.
Elas precisam relembrar o quanto eram felizes juntas, para que as vendas
caíssem.
As suas almas enfim possam ser unidas pelos
laços da emoção (amor), para que trilhem o caminho infinito do tempo.
Isto só acontecerá quando a mágoa que se
apossou dos seus corações e de suas almas ser desfeita e o amor suplantar a
dor, neste momento passarão a se desejar fisicamente.
Ora o brilho intenso que dos seus olhos emanam
apenas sobre aqueles que as rodeia, mas o desejo de serem felizes os fez
reverberar nos olhos uma da outra.
As horas em que estiveram nos braços daqueles
que as amavam, Louise nos de sua mãe e Ani com os seus pais em seus pés e que
de novo devanearam ser amadas pela dona dos olhos que as encantou, foi o
estopim para verdadeiramente se descobrirem.
Quando estavam decididas a se entregarem aos
braços de Orfeu e aos do ser que os seus olhos a enfeitiçaram, sentiram o
cheiro de chuva invadir as suas casas.
Por fração de segundo deixaram se entontecer
pelo cheiro de terra molhada, também que o silêncio falasse aos seus corações,
as suas almas (partes incompletas).
Os minutos que se sucederam vieram à baila as
lembranças do tempo em que uma adorava a caminhar e a brincar na chuva com a
outra. (risos)
As reminiscências que outrora eram dolorosas,
cada uma recordada equivalia a uma lágrima, ora elas são agradáveis e equivalem
a um sorriso.
A vontade de se aventurar na chuva que chegou
de mansinho, tomando pra si as estrelas que no céu cintilava, o aroma de terra
molhada a transportou para uma época no qual a felicidade de uma refletia nos
olhos da outra.
Todo aquele sentimento as aguçou a viver as
sensações de outrora, talvez a necessidade de rabiscarem o sol em suas almas
que o temporal de angústia vivenciado anos a fio o apagou.
Como disse Renato Russo, na música Giz: “Eu
rabisco o sol que a chuva apagou”.
Somente quando o rubor do sol por elas
rabiscado em suas almas secasse os seus corpos banhados pela chuva e
refrescasse a memória de um tempo feliz.
Rogando para que o vento gélido assopre toda a
mágoa que se apossara dos seus eu.
O frescor das lembranças pouco a pouco às
conduzia para fora de suas casas até chegarem à área externa, precisamente em
jardins bem exuberantes.
Quando ali chegam ficam por alguns minutos
inertes, silentes deixando molhar os seus rostos e o destino arquitetar o
próximo instante. E cada gotícula as remetia ao passado dando-lhes a chance de
rememorarem o tempo em que elas foram uma só.
A sensação de liberdade, a intensidade das
lembranças que se igualavam ao da chuva ora incessante, molhando as camisolas
de seda branca que vestiam deixando os seus corpos completamente expostos,
fizeram com que elas vivenciassem as mesmas sensações de outrora.
Libertas de tudo, os flashes de rostos
molhados, sorrisos, gargalhadas, abraçados e um olhar!!! Mais um giro e um
grito, como se comemorasse o rabisco ter ficado pronto sol brilhasse
intensamente, uma catarse.
Ani olha para o alto, balança a cabeça, como
se não acreditasse em algo e em fração de minuto se volta para o quarto que era
de seus pais e grita:
_ SÃO OS DE LOUISE!!!
Não muito distante Louise olha para o quarto
de sua mãe, depois para o alto e balança a cabeça e grita:
_ SÃO OS DE ANI!!!
O que fora arquitetado pelo destino está
começando a ser cumprido, o que se sucedeu no início sincronizado, depois a
emoção fizera com que cada uma tomar uma atitude.
Como em um balé de magia, composta pelo amor
elas dançaram ao som das canções que rememoravam cantar uma para a outra.
Rodopiavam em sentido anti-horário como quisessem se perder no tempo, ou em
suas memórias.
Seus braços se abrem como se esperasse uma o
abraço da outra, cada rodopio a vontade de vivenciar o que há tempos suas almas
sabiam, que no ínfimo de seus corações uma pertencia, ou é companheira da
outra.
Tudo ganha vida, cor, perfume, o vento levou
embora a chuva e as nuvens negras que estavam sobre elas. Os céticos dirão que
é mais um conto de fada, os românticos e aqueles que acreditam que cada alma
tem a sua companheira, quando unidas vivem o infinito amor.
Louise corre para o portão, sem pensar no que
estar por fazer e nem como está vestida. (risos) Há anos tem experimentando as
agruras da separação das almas, agora o que ela deseja é a indefinibilidade do
amor.
Outrora duas mulheres solitárias... Olhos que
se buscam... Dois corações em descompasso... Duas almas sofrendo as angústias
da separação.
Ora, duas mulheres ansiosas por se verem...
Olhos desejosos por se encontrarem... Dois corações compondo a ode do amor...
Duas almas libertas para vivenciarem a indefinibilidade e infinitude do amor.
Ansiedade que Louise não conseguiu controlar,
talvez fossem os arroubos da idade, ou à vontade sobrepondo a todos os
contratempos do momento, inclusive o de sair à rua quase nua.
Por sua vez Ani estava assustada, por
descobrir que o amor transgredia todos os seus conceitos, ao mesmo tempo
vivenciava um sentimento antagônico o de felicidade.
O seu rosto, os seus gestos traduziam o que os
seus olhos ao se desvendarem viu e vivenciou um tsunami, mas não o que vitimara
os seus pais, avós e familiares e sim o de amor.
Em meio às lágrimas e sorrisos Ani permanece
inerte por alguns minutos, o silêncio só é quebrado ao extravasar gritando:
_ É ELA!
Reafirma incrédula, o que minutos atrás tinha
descoberto em um silêncio gritante, os seus olhos parecem buscar alguém e
depois fala algumas frases de constatação e indagadoras:
– São dela, os olhos que me visitaram por
muitos anos Pai! Mãe, por que não os reconheci? Como não percebi a quem eles
pertenciam se fui eu a primeira pessoa vê-los ao nascer? Como não os reconheci
quando horas atrás nos encontramos no estaleiro, pai? Mãe?
Um silêncio gritante e outra indagação:
_ Por que será?
Contudo, o que não sai de sua memória, em meio
daquele turbilhão de sentimento os seus pais, que certamente estão aos seus
pés, com o desejo, de que os seus pais a ajudassem, olhando para o “nada”,
sussurrou:
_ Pai! Mãe! Por favor, ajudem-me a
vivenciar o que se passa em minha alma.
Olha para “o nada”, como se ela quisesse ouvir
uma resposta e continuou a pedir que a ajudem:
_ Pai! Diz como vou viver este amor?
_ Mãe! Você tinha razão, eu me tornei uma
pessoa tão solitária, egoísta, que não fui capaz de perceber o quanto Louise
representa em minha vida.
Enquanto isso, Ani silente e inerte vivência
sentimentos antagônicos, ora perdidos em suas memórias, outra o amor puro e
verdadeiro transpondo todas as barreiras por ela imposta, os seus conceitos, os
seus porquês...
Louise disposta a lutar pela felicidade
transpôs o portão de sua casa sem notar que alguém vigia à espreita.
Por sorte, um táxi para quando começava a
chamá-lo:
– TÁX...
Entra no veículo, tão absorta em seus
pensamentos, que apenas diz o endereço de Ani, sem perceber que está sendo
seguida:
_ Rua..., o mais rápido possível.
O taxista solicitamente ainda tenta conversar:
_ Que chuva!
Louise, olhando para o nada, apenas concorda:
_ Sim!
Ele a indaga:
_ Senhora prefere algum percurso?
Responde:
_ Faça o mais rápido, preciso encontrar a
minha felicidade.
O taxista entende o motivo daquele estado,
sorri:
_ Ok!
Dirige em direção à casa de Ani, sem falar
nada, mas durante o percurso nota algo estranho e fica atendo.
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NOTAS
FINAIS:
CIENTE QUE:
* Não autorizo a
reprodução (publicação) do todo ou de parte do texto ou do poema acima, em
qualquer tipo de mídia quer expressa, falada ou digital, inclusive por PDF ou
download sem o meu consentimento;
* Não autorizo que o
texto ou o poema acima sofra qualquer tipo de adaptação, quer em língua
portuguesa quer em estrangeira.
Bom dia Btse!
ResponderExcluirEnfim...
Fortes emoções! Como é bom descobrir o amor... Quero muito ver ou melhor ler o encontro das duas, pois estou mais ansiosa que ambas kkkkkk visto que já sabia antes mesmo que elas próprias desse amor de almas gêmeas! Mas agora também fiquei curiosa com esse novo elemento, esse suspense que parece vai dar mais uma sacudida na história.
Quem será que está seguindo Louise e como será o encontro das duas? Ardente, romântico, singelo, carinhoso, tímido, fugaz, eterno ou simplesmente indefinível?
Amei o capítulo de hoje, porém já quero o 11 kkkkkk (sem pressão)
Seria essa a definição do amor?
Monte Castelo
Legião Urbana
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece
O amor é o fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É um ter com quem nos mata a lealdade
Tão contrário a si é o mesmo amor
Estou acordado e todos dormem
Todos dormem, todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
Beijos!
Amei , amei e amei, até que fim elas se reconheceram. Amiga parabéns você é genial e brilhante.
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