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quarta-feira, 25 de junho de 2014

CAPÍTULO 10 – A INDEFINIBILIDADE DO AMOR.




Ani e Louise vivenciavam uma certeza em suas vidas, aliás, era isto que os seus eu, até então solitário, gritavam: A FELICIDADE NÃO TARDA A CHEGAR.



CAPÍTULO 10 – A INDEFINIBILIDADE DO AMOR.

Libertas de tudo, os flashes de rostos molhados, sorrisos, gargalhadas, abraçados e um olhar!!! 

Ani e Louise vivenciavam uma certeza em suas vidas, aliás, era isto que os seus eu, até então solitários, gritavam: A FELICIDADE NÃO TARDA A CHEGAR.

Como é visível o fulgor dos seus olhos, pontos brilhantes (estrelas) no céu noturno do querer, os quais, aliás, cintilam por causa do efeito de estarem próximos a vivenciarem o verdadeiro amor.

Até minutos atrás, ofuscado pela mágoa causada pelo afastamento de Ani, quando tomou a decisão de se estabelecer profissionalmente no Japão, deixando que as agruras da vida as afastassem. Desde então passaram a sentir os efeitos de viver sob a face oculta do amor.

Decerto o rubor de seus olhos se diferencia do apagado, quando se encontraram no galpão e Louise empreendeu fuga. Causador, aliás, do efeito retardado da cintilação de seus olhos, diferente do relampagueado produzido pelo deslumbramento dos seus espíritos, quando as suas se reconheceram.

Intensidade (brilho) aumentava à medida que as lembranças iam sendo respondidas as indagações, as quais se apossaram dos seus Eu. E que, certamente as levou a mais completa ignorância do verdadeiro sentimento que uma nutria pela outra há tempos.

Encontro este que aconteceu muito antes do que no plano físico, porque elas foram criadas uma para outra, por isso elas se buscam, depois que foram separadas.

Por isso, que vivenciaram ao longo dos últimos anos um turbilhão de angústia, como se tivessem que provar que se pertenciam. Elas precisam relembrar o quanto eram felizes juntas, para que as vendas caíssem.

As suas almas enfim possam ser unidas pelos laços da emoção (amor), para que trilhem o caminho infinito do tempo.

 Isto só acontecerá quando a mágoa que se apossou dos seus corações e de suas almas ser desfeita e o amor suplantar a dor, neste momento passarão a se desejar fisicamente.

 Ora o brilho intenso que dos seus olhos emanam apenas sobre aqueles que as rodeia, mas o desejo de serem felizes os fez reverberar nos olhos uma da outra.

As horas em que estiveram nos braços daqueles que as amavam, Louise nos de sua mãe e Ani com os seus pais em seus pés e que de novo devanearam ser amadas pela dona dos olhos que as encantou, foi o estopim para verdadeiramente se descobrirem.

Quando estavam decididas a se entregarem aos braços de Orfeu e aos do ser que os seus olhos a enfeitiçaram, sentiram o cheiro de chuva invadir as suas casas.

Por fração de segundo deixaram se entontecer pelo cheiro de terra molhada, também que o silêncio falasse aos seus corações, as suas almas (partes incompletas).

Os minutos que se sucederam vieram à baila as lembranças do tempo em que uma adorava a caminhar e a brincar na chuva com a outra. (risos)

As reminiscências que outrora eram dolorosas, cada uma recordada equivalia a uma lágrima, ora elas são agradáveis e equivalem a um sorriso.

A vontade de se aventurar na chuva que chegou de mansinho, tomando pra si as estrelas que no céu cintilava, o aroma de terra molhada a transportou para uma época no qual a felicidade de uma refletia nos olhos da outra.

Todo aquele sentimento as aguçou a viver as sensações de outrora, talvez a necessidade de rabiscarem o sol em suas almas que o temporal de angústia vivenciado anos a fio o apagou.

Como disse Renato Russo, na música Giz: “Eu rabisco o sol que a chuva apagou”.

Somente quando o rubor do sol por elas rabiscado em suas almas secasse os seus corpos banhados pela chuva e refrescasse a memória de um tempo feliz.

Rogando para que o vento gélido assopre toda a mágoa que se apossara dos seus eu.

O frescor das lembranças pouco a pouco às conduzia para fora de suas casas até chegarem à área externa, precisamente em jardins bem exuberantes.

Quando ali chegam ficam por alguns minutos inertes, silentes deixando molhar os seus rostos e o destino arquitetar o próximo instante. E cada gotícula as remetia ao passado dando-lhes a chance de rememorarem o tempo em que elas foram uma só.

A sensação de liberdade, a intensidade das lembranças que se igualavam ao da chuva ora incessante, molhando as camisolas de seda branca que vestiam deixando os seus corpos completamente expostos, fizeram com que elas vivenciassem as mesmas sensações de outrora.

Libertas de tudo, os flashes de rostos molhados, sorrisos, gargalhadas, abraçados e um olhar!!! Mais um giro e um grito, como se comemorasse o rabisco ter ficado pronto sol brilhasse intensamente, uma catarse.

Ani olha para o alto, balança a cabeça, como se não acreditasse em algo e em fração de minuto se volta para o quarto que era de seus pais e grita:
­­­­­­­­­­­­­­­­­_ SÃO OS DE LOUISE!!!


Não muito distante Louise olha para o quarto de sua mãe, depois para o alto e balança a cabeça e grita:
­­_ SÃO OS DE ANI!!!

O que fora arquitetado pelo destino está começando a ser cumprido, o que se sucedeu no início sincronizado, depois a emoção fizera com que cada uma tomar uma atitude.

Como em um balé de magia, composta pelo amor elas dançaram ao som das canções que rememoravam cantar uma para a outra. Rodopiavam em sentido anti-horário como quisessem se perder no tempo, ou em suas memórias.

Seus braços se abrem como se esperasse uma o abraço da outra, cada rodopio a vontade de vivenciar o que há tempos suas almas sabiam, que no ínfimo de seus corações uma pertencia, ou é companheira da outra.

Tudo ganha vida, cor, perfume, o vento levou embora a chuva e as nuvens negras que estavam sobre elas. Os céticos dirão que é mais um conto de fada, os românticos e aqueles que acreditam que cada alma tem a sua companheira, quando unidas vivem o infinito amor.

Louise corre para o portão, sem pensar no que estar por fazer e nem como está vestida. (risos) Há anos tem experimentando as agruras da separação das almas, agora o que ela deseja é a indefinibilidade do amor.

Outrora duas mulheres solitárias... Olhos que se buscam... Dois corações em descompasso... Duas almas sofrendo as angústias da separação.

Ora, duas mulheres ansiosas por se verem... Olhos desejosos por se encontrarem... Dois corações compondo a ode do amor... Duas almas libertas para vivenciarem a indefinibilidade e infinitude do amor.

Ansiedade que Louise não conseguiu controlar, talvez fossem os arroubos da idade, ou à vontade sobrepondo a todos os contratempos do momento, inclusive o de sair à rua quase nua.

Por sua vez Ani estava assustada, por descobrir que o amor transgredia todos os seus conceitos, ao mesmo tempo vivenciava um sentimento antagônico o de felicidade.

O seu rosto, os seus gestos traduziam o que os seus olhos ao se desvendarem viu e vivenciou um tsunami, mas não o que vitimara os seus pais, avós e familiares e sim o de amor.

Em meio às lágrimas e sorrisos Ani permanece inerte por alguns minutos, o silêncio só é quebrado ao extravasar gritando:
_ É ELA!

Reafirma incrédula, o que minutos atrás tinha descoberto em um silêncio gritante, os seus olhos parecem buscar alguém e depois fala algumas frases de constatação e indagadoras:
São dela, os olhos que me visitaram por muitos anos Pai! Mãe, por que não os reconheci? Como não percebi a quem eles pertenciam se fui eu a primeira pessoa vê-los ao nascer? Como não os reconheci quando horas atrás nos encontramos no estaleiro, pai? Mãe?

Um silêncio gritante e outra indagação:
_ Por que será?

 Contudo, o que não sai de sua memória, em meio daquele turbilhão de sentimento os seus pais, que certamente estão aos seus pés, com o desejo, de que os seus pais a ajudassem, olhando para o “nada”, sussurrou:
_ Pai! Mãe! Por favor, ajudem-me a vivenciar o que se passa em minha alma.

Olha para “o nada”, como se ela quisesse ouvir uma resposta e continuou a pedir que a ajudem:
_ Pai! Diz como vou viver este amor?
 _ Mãe! Você tinha razão, eu me tornei uma pessoa tão solitária, egoísta, que não fui capaz de perceber o quanto Louise representa em minha vida.

Enquanto isso, Ani silente e inerte vivência sentimentos antagônicos, ora perdidos em suas memórias, outra o amor puro e verdadeiro transpondo todas as barreiras por ela imposta, os seus conceitos, os seus porquês...
  
Louise disposta a lutar pela felicidade transpôs o portão de sua casa sem notar que alguém vigia à espreita.

Por sorte, um táxi para quando começava a chamá-lo:
– TÁX...

Entra no veículo, tão absorta em seus pensamentos, que apenas diz o endereço de Ani, sem perceber que está sendo seguida:
_ Rua..., o mais rápido possível.

O taxista solicitamente ainda tenta conversar:
_ Que chuva!

Louise, olhando para o nada, apenas concorda:
_ Sim!

Ele a indaga:
_ Senhora prefere algum percurso?

Responde:
_ Faça o mais rápido, preciso encontrar a minha felicidade.

 O taxista entende o motivo daquele estado, sorri:
_ Ok!

 Dirige em direção à casa de Ani, sem falar nada, mas durante o percurso nota algo estranho e fica atendo.

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2 comentários:

  1. Bom dia Btse!

    Enfim...
    Fortes emoções! Como é bom descobrir o amor... Quero muito ver ou melhor ler o encontro das duas, pois estou mais ansiosa que ambas kkkkkk visto que já sabia antes mesmo que elas próprias desse amor de almas gêmeas! Mas agora também fiquei curiosa com esse novo elemento, esse suspense que parece vai dar mais uma sacudida na história.
    Quem será que está seguindo Louise e como será o encontro das duas? Ardente, romântico, singelo, carinhoso, tímido, fugaz, eterno ou simplesmente indefinível?

    Amei o capítulo de hoje, porém já quero o 11 kkkkkk (sem pressão)

    Seria essa a definição do amor?
    Monte Castelo
    Legião Urbana

    Ainda que eu falasse
    A língua dos homens
    E falasse a língua dos anjos
    Sem amor eu nada seria

    É só o amor! É só o amor
    Que conhece o que é verdade
    O amor é bom, não quer o mal
    Não sente inveja ou se envaidece

    O amor é o fogo que arde sem se ver
    É ferida que dói e não se sente
    É um contentamento descontente
    É dor que desatina sem doer

    Ainda que eu falasse
    A língua dos homens
    E falasse a língua dos anjos
    Sem amor eu nada seria

    É um não querer mais que bem querer
    É solitário andar por entre a gente
    É um não contentar-se de contente
    É cuidar que se ganha em se perder

    É um estar-se preso por vontade
    É servir a quem vence, o vencedor
    É um ter com quem nos mata a lealdade
    Tão contrário a si é o mesmo amor

    Estou acordado e todos dormem
    Todos dormem, todos dormem
    Agora vejo em parte
    Mas então veremos face a face

    É só o amor! É só o amor
    Que conhece o que é verdade

    Ainda que eu falasse
    A língua dos homens
    E falasse a língua dos anjos
    Sem amor eu nada seria

    Beijos!

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  2. Amei , amei e amei, até que fim elas se reconheceram. Amiga parabéns você é genial e brilhante.

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